Ainda me lembro do já saudoso Bento Pupo gritando na beira do campinho: "Foi 'gor', foi 'gor', seu juiz!!!..." Lembro-me do campo ruim, das valas de esgoto que corriam nas laterais, da casinha sede, nosso vestiário, todo precário... mas, aquele era o nosso Morumbi, o nosso Maracanã.
Alí nos divertíamos, brigávamos, sorríamos e também chorávamos nos nossos "Clássicos Regionais". Tudo isso foi ali no Bairro de Cedro, aonde passei boa parte da minha vida. Eu não era do primeiro, nem do segundo, mas muitas vezes fui testemunha de jogadas dignas de craques e também de muitas jogadas de "pernas-de-pau".
Vi muita bola sujar as roupas da casa da vizinha que ficava bem atrás de um dos gols. Vi muito goleiro frangar em troca de uma geladinha depois do jogo (olha a mala-preta aí!). Vi o técnico Conterra gritar do banco: "Foi pêni juí!!!" ele dizia com a sua lingua presa pedindo penalti para sua autoridade do jogo, que na época não era chamado de professor e, também, muitas vezes apanhava em campo. Coitado do "seu" juiz.
Vi muito apitador jogar o apito fora e sair do campo antes do término do jogo por pressão da torcida. Foi muito bom esse tempo. Lembro-me do time de Cedro entrar em campo, muitas vezes fiz parte do pagode depois dos jogos onde cantávamos assim: "Azul e branco, sinal de guerra, é o Cedrão que estremece a terra", virou o nosso "hino" oficial.
Laerte puxava o samba (esse não é o Laerte responsável por este blog, não confundam...). Aos poucos vou puxando da memória fatos que pelo tempo vão se apagando mas que não deveriam. Quando me lembrar de mais algum "causo", volto aqui para escrever-lhes. Valeu, gente boa!!!
Miracatu, 01 de junho de 2009.
Autor: Apollo Rendón.
Nenhum comentário:
Postar um comentário