O nosso uniforme era verde (?). Do jogo de camisa velho só restavam as camisas verdes. O time entrava em campo cada qual com uma cor de meias e de calções diferentes uns dos outros. Era o famoso "catado". Na várzea sempre existiram o primeiro e o segundo "quadro" (ou time "A" e time "B"), se existisse o terceiro penso que o nosso time estaria no "quarto" quadro. Era o imbatível EXPLOSÃO VERDE. Era o time do "Negão", Na verdade nasceu da necessidade de se encontrar um "time" para um grupinho de "pernas-de-pau" que não conseguiam vaga nos outros quadros. A idéia foi do Negão. Boa idéia. Eu era "atleta" da equipe. Só me restava o EXPLOSÃO para jogar. Jogava com a maior seriedade, é bem verdade que muitas vezes meu amigo, técnico e criador do time, veio me chamar correndo para eu ir ao campo jogar (ainda estava dormindo...) - Jacyr! Jacyr! Acorda! - gritava ele. Pegava a minha chuteira, que nem marca tinha, saia correndo atrasado nas manhãs de domingo. Os nossos adversários eram quase sempre do mesmo nível que o EXPLOSÃO. Geralmente eram catados. Eu queria ser um zagueirão; melhor, O zagueirão. Era difícil. Sempre foi difícil. Mas na várzea é assim, sempre nos achamos bons jogadores, até mesmo pequenos craques injustiçados pelo cruel destino de não ter tido a oportunidade de jogar num grande clube profissional. Mas a vida é realmente assim, na mesma proporção em que muitos têm a várzea com um hobby, um passatempo, bate-bola de fim-de-semana, outros, verdadeiros craques, passam despercebidos e esquecidos. Não foi o meu caso... Guardo na memória e cheio de saudades, todas as vezes que joguei pelo já "finado" EXPLOSÃO VERDE; dos meus amigos, do "técnico" e "manager" Negão. Obrigado a todos. Isto tudo aconteceu lá no campinho de Cedro. Valeu, gente boa! Miracatu, 10 de agosto de 2009. Autor: Apollo Redón.
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